quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Underwater Love.




O fim das coisas.

Nunca vou ao fim das coisas. Tudo começa. Nada acaba. Eu não deixo. No meu sonho, tudo continua, tudo se repete, mesmo que seja preciso interrompê-las de vez em quando. Tenho medo que acabem. Porque é que se hão-de levar as coisas ao fim?
Amo o incompleto, o suspenso, o atravessado, o interrompido. Os fins entristecem-me. Viver as coisas até ao fim é matá-las.
E trocá-las por outras novas é traí-las. Melhor trazê-las sempre, duvidosas e imprevisíveis mas ainda gostadas e presentes.
Se acabo um livro, sinto-me derrotado, fico deprimido, queria que continuasse, e não continua. Reler não é a mesma coisa. Lembrar não é tão bom como viver. Mas é melhor do que matar. Repugna-me a ideia das relações humanas que se «esgotam». Faz lembrar esgotos. Como se um sentimento se pudesse despachar. É preferível abandonar a pessoa que se ama e guardar o amor que se tem por ela a segui-la até à saciedade.
As pessoas namoram e ficam casadas até se odiarem. Os amigos convivem de mais e começam a chatear-se. As famílias passam tempo de mais juntas, até descobrirem todos os defeitos de cada uma. Dir-se-ia que as pessoas não suportam ter o coração dependente e então cansam- -no propositadamente, para se verem livres do sentimento verdadeiro e bom que sentiam.
Miguel Esteves Cardoso

Eu quero!

"(...)Dizer e sentir "eu quero" é reconhecer, da maneira mais forte que pode haver, a existência de outra pessoa e de nós. Eu quero, logo existes. Eu quero-te, logo existo.Em segundo lugar, ter também não é tão bom como se diz. Ter alguém ocupa um espaço vital que às vezes é mais bonito deixar vazio. (...)Ter o que se quis não é tão bom como se diz, nem querer o que não se tem é assim tão mau. O segredo deve estar em conseguir continuar a querer, não deixando de ter. Ou, por outras palavras, o melhor é continuar a ser querido sem por isso deixar de ser tido. O que é que todos nós queremos, no fundo dos fundos? Queremos querer. Queremos ter. Queremos ser queridos. Queremos ser tidos. É o que nos vale: afinal queremos exactamente o que os outros querem. O problema é esse."

Miguel Esteves Cardoso

Paris-Texas

I... I used to make long speeches to you after you left. I used to talk to you all the time, even though I was alone. I walked around for months talking to you. Now I don't know what to say. It was easier when I just imagined you. I even imagined you talking back to me. We'd have long conversations, the two of us.lt was almost like you were there. I could hear you, I could see you, smell you. I could hear your voice. Sometimes your voice would wake me up. It would wake me up in the middle of the night, just like you were in the room with me. Then... it slowly faded. I couldn't picture you anymore. I tried to talk out loud to you like I used to, but there was nothing there. I couldn't hear you. Then... I just gave it up. Everything stopped. You just... disappeared. And now I'm working here. I hear your voice all the time. Every man has your voice.

Paris-Texas

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Yes it is...


Saudade:

Não seria vulgar se não escrevesse sobre a saudade.

Ou, simplesmente não teria sobre o que escrever.

Saudade de ti e dela. Saudade dela e daquilo.

Saudade deles e disto… saudade.

Saudade de doces com café amargo. E de ti com sabor a noite.

Saudade vinho tinto com alegoria e de chuva com frio.

Saudade do castanho com castanhas e da lareira contigo.

Saudade de brancos estranhos e negros amigos.

Saudade da mentira com sorriso e domingo com cobertor.

Saudade de dar corda ao relógio e chegar atrasado.

Saudade de vermelho sem cor.

Saudade de ter saudade de qualquer coisa.

Há dias assim, em que se escreve sobre nada para dizer nada, acreditando que alguém entenderá.


Num estranho mundo.

Enigma?

Vai cair ou não?

E eu adoro.

E depois uma rapariga precisa de algumas coisas, poucas, só que cada uma dessas coisas, por sua vez, precisa de outras coisas e depois já são tantas que para fazer uma mala são precisas duas horas e um quarto.

Pedro Paixão - (Nos teus braços morreríamos)

domingo, 27 de janeiro de 2008

Apenas isto.

Tenho saudades de sorrir convosco!

Things that ( will ) never change....







Para onde olhas Moçambique?







Qual escolhi?


A 10000Km de distância, qual escolhi???

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Tonight I have to leave...( it )

Don't come up to me and say you like it
It's better if you say you hate it, that's the truth exactly
When we go out dancing
I don't want to be bothered
I just want to be bothered with real love
So I heard it's no good to run
but it feels so much better now that it's done
and tonight I have to leave it
So I've heard you know how to write it
does it mean you're good at putting things on paper?
Rumours say that you're very sorry
Oh no you're not sorry, no you're not
So I heard it's no good to run
but it feels so much better now that it's done
and tonight I have to leave it
Why don't you give love?
Why don't you give love?
Tonight I Have To Leave It - Shout Out Louds

Optimus, de que é que precisas?


Caros amigos da Optimus:


Acho muito giro isto da vossa campanha nova, toda colorida e tal, com música catita e tudo. E gosto dessa abordagem a perguntar " De que é que precisas? " E de que ninguém vive sem emoções e amigos e paixões. Ok, tudo muito lindo! E confesso que até gosto. Mas do que eu preciso mesmo da vossa parte é de rede! Sim, rede, aquela coisa que não se vê e que por suposto eu pago para ter e para poder comunicar nos vossos muito lindos e modernos telefones, que de nada me servem, senão houver a bendita rede. Basta meter o telefone no bolso e lá se vão as paixões, as mudanças, as novidades, as palavras e a rede!

Portanto meus amigos, o que eu preciso é de rede, que depois eu trato de arranjar amigos, paixão, emoções, notícias,música, jogos, filmes, palavras, novidades, mudanças, engenho e o resto também...Vá lá um pouco de rede! E já agora, podem-me dizer qual o operador que V. Exas, recomendam aqui em Moçambique? Dava jeito para matar a saudadinha...


PrimaNocte.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Ah....

E também cheguei....



domingo, 20 de janeiro de 2008

Fui...

FUI...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O rosto da vergonha.


O rosto da vergonha. A cara escondida. E eu sou assim. Tímido, que ninguém acredita? Um olhar perdido no escuro. Um sorriso contido e uma lágrima apontada. Mas eu sou assim. Tão passivo.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Nostalgia antes da casa partida...



Há 7 colinas varinas nas cores das quinas,
7 saias aias nas palavras dos Maias,
7 cidades verdades no sabor das saudades,
7 vidas contidas nas tuas partidas,
7 chaves nos sonhos mais graves,
e 7 mares, em todos os que amares, de quando em vez
E tudo o que tocares será português.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Medo de Amar.

Sinto-me tão a mais. Não sentes como me sinto? Quase a enlouquecer. Cheio de medo de amar, tanto medo, mete tanto medo o amor. E depois, imagina tu, o que pode acontecer. Não acontecer nada. É demasiado perigoso, imprevisível, impossível de controlar, deve ser morto logo que apareça, como uma criança antes de o ser. A vida é sempre a mesma e diferente. A náusea, sabes o que é? Se quiseres podes ir ao dicionário. Mas não vais saber. Já te disse, não vale a pena dizer outra vez. Amo-te muito. Não te quero ver. Para fazer o quê? Não me lixes, merda. Acaba com isto que eu não aguento mais. Abraça-me e cala-me com a tua boca sobre a minha. Já, que eu não aguento mais.

(Pedro Paixão- MUITO, MEU AMOR)

O sofrimento.


O sofrimento pode ter sentido, transformar-nos por dentro. É preciso paciência. Porque o tempo parece nunca mais acabar e somos projectados para um ponto muito longe do convívio entre os humanos. Faz parte do sofrimento deturpar as coisas, vê-las através de lentes tão fortes que facilmente entontecemos, nos desequilibramos, caímos. Temos medo de tudo, de nós mesmos. A simples superficie das coisas nos agride. Somos assaltados por demónios que nos roem a alma. É um tormento em que nos atormentamos. É preciso ter paciência e o mais das vezes não a temos. A violência da vida bate-nos em cheio. Procuramos abrigos e todos cedem e nenhum é suficiente. Recordamos a paz que perdemos como o bem mais precioso, ignoramos o caminho que nos traga de volta a nós próprios. Falta-nos a coragem, mas para ela nem encontramos motivo. O mundo todo é um mal-entendido que aguardamos que se resolva ou estoire e enquanto nada acontece sofremos. Agarramo-nos a coisas que se nos escapam entre os dedos. Só a morte está por todo o lado desperta, cerca-nos, olha-nos com os olhos muito abertos, mete medo. Fechamos os olhos, mordemos os lábios, fugimos para debaixo da cama e não há maneira. O amor é uma coisa tão distante, tão impossível. Vivemos, momento a momento, uma solidão que nos aperta a garganta, faz de nós o que quer. Uma música, uma palavra, uma folha caída e é o suficiente para nos trazer uma irremediável precisão de chorar. E quando choramos não sabemos bem porque o fazemos, é só a tristeza a tomar conta de nós.


(Pedro Paixão- AMOR PORTÁTIL)

This is a smoking area...


Parece-me mais justo começar assim. Sou fumador. Não tenho orgulho nisso, mas faço-o com gosto. Muito até. Talvez demais. Mas tudo na minha vida sempre foi de excessos. É assim. Nem mais nem menos. Apenas assim. Mas sempre tive o cuidado de respeitar os outros e os esapaços onde fumo. Aí não sou de excessos, apenas de excesso de zelo ao não fumar num sitio onde vejo que não o devo fazer. Mas esta nova lei, veio em muito mudar a minha opinião...agora só me apetece ir fumar para hospitais, creches, lares da terceira idade e vejam bem... em cafés e até em bares e discotecas... eu bem sei.
Entristece-me esta ditadura ao fumo, mas que raio de delinquente sou eu, que especie de criminoso barbaro? Tratam-me como se fosse um mau da fita, olham-me de soslaio. O maior crime na vida que fiz por cigarros, foi, (e perdoa-me mãezinha) rouba-los da mala da minha mãe quando os meus acabavam e já não me apetecia sair... e pronto, confesso ao meu irmão também... mas daí a verem-me como criminoso... tenho para isto uma visão minha e que acho plena de direito, o nosso Estado, sempre ajuda os toxicodependentes, na sua recuperação, com espaços, tratamentos médicos e tantas coisas mais e cabe-me fazer esta questão, onde está a ajuda em termos fiscais que estes deram ao Estado? Eu por cada maravilhoso cigarro que fumo, dou e muito a esses senhores,e o que me dão eles a mim, quando assumo que sou dependente e que preciso de ajuda? Nada, nicles, rien de rien...
Apetece-me então declarar a minha casa numa zona de fumo obrigatório e faço-o. Ai o meu amigo não fuma? Então vá ali para o café...que em minha casa só entra quem fumar um cigarrinho em pelo menos duas assoalhadas...

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Ainda estou em Portugal!

Tirem-me a vista.
Tirem-me para sempre a luz de Lisboa, tirem-me as encostas do Douro, o Tejo e o Alentejo, tirem-me a calçada dos passeios e os azulejos de parede.
Tirem-me o ouvido.
Tirem-me para sempre o choro da guitarra e o pranto do fadista, tirem-me os pregões das mulheres do bulhão e a pronúncia de norte a sul, tirem-me a fúria de espuma das ondas e o grito do golo.
Tirem-me o tacto.
Tirem-me para sempre o sol de Inverno a bater na cara, tirem-me o barro a ganhar forma entre os dedos, tirem-me o rosto queimado da minha mãe e a mão áspera do meu pai.
Tirem-me tudo isto, mas não me tirem o gosto.
Porque se eu ainda for capaz de saborear a alheira a rebentar de sabor, ou o bacalhau com todos a nadar em azeite, serei capaz de dizer, se não me tirarem a fala, que ainda estou em Portugal...

Desassosegos!

"A tragédia principal da minha vida é, como todas as tragédias, uma ironia do destino. repugno a vida real como uma condenação; repugno o sonho como uma libertação ignóbil. mas vivo o mais sórdido e o mais quotidiano da vida real; e vivo o mais intenso e o mais constante do sonho. Sou como um escravo que se embebeda à sesta - duas misérias em um corpo só."

Fernando Pessoa, o Livro do Desassossego

domingo, 6 de janeiro de 2008

Pergunta do dia...

Se tivesses alternativa,
conseguirias
esquecer-me?

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Croatia - Dubrovnik 2008









Esta coisa de gostar de alguém...

Esta coisa de gostar de alguém não é para todos e, por vezes – em mais casos do que se possa imaginar – existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram – querem! – mas quando gostam – e podem gostar muito – há sempre qualquer coisa que os impede. Ou porque a estrada está cortada para obras de pavimentação. Ou porque sofremos de diabetes e não podemos abusar dos açucares. Ou porque sim e não falamos mais nisto. Há muita gente que não pode comer crustáceos, verdade? E porquê? Não faço ideia, mas o médico diz que não podemos porque nascemos assim e nós, resignados, ao aproximar-se o empregado de mesa com meio quilo de gambas que faz favor, vamos dizendo: “Nem pensar, leve isso daqui que me irrita a pele”.
Ora, por vezes, o simples facto de gostarmos de alguém pode provocar-nos uma alergia semelhante. E nós, sabendo-o, mandamos para trás quando estávamos mortinhos por ir em frente. Não vamos.. E muitas das vezes, sabendo deste nosso problema, escolhemos para nós aquilo que sabemos que, invariavelmente, iremos recusar. Daí existirem aquelas pessoas que insistem em afirmar que só se apaixonam pelas pessoas erradas. Mentira. Pensar dessa forma é que é errado, porque o certo é perceber que se nós escolhemos aquela pessoa foi porque já sabíamos que não íamos a lado nenhum e que – aqui entre nós – é até um alívio não dar em nada porque ia ser uma chatice e estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. E deu. Do mesmo modo que no final de 10 anos de relacionamento, ou cinco, ou três, há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nós nos casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é igualzinha. O que mudou – e o professor Júlio Machado Vaz que se cuide – foram as expectativas que nós criamos em relação a ela. Impressionados?
Pois bem, se me permitem, vou arregaçar as mangas. O que é díficil – dizem – é saber quando gostam de nós. E, quando afirmam isto, bebo logo dois dry martinis para a tosse. Saber quando gostam de nós? Mas com mil raios, isso é o mais fácil porque quando se gosta de alguém não há desculpas nem “ ai que amanhã não dá porque tenho muito trabalho”, nem “ ai que hoje era bom mas tenho outra coisa combinada” nem “ ai que não vi a tua chamada não atendida”.
Quando se gosta de alguém – mas a sério, que é disto que falamos – não há nada mais importante do que essa outra pessoa. E sendo assim, não há sms que não se receba porque possivelmente não vimos, porque se calhar estava a passar num sítio sem rede, porque a minha amiga não me deu o recado, porque não percebi que querias estar comigo, porque recebi as flores mas pensava não serem para mim, porque não estava em casa quando tocaste.
Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de nos impossibilitarem o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campaínha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém – e estou a escrever para os que gostam - vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante, do que nós.
Fernando Alvim ( Obrigada Pink Lady! )