quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Turbilhão de palavras.

"Ela destrói-se, ele defende-se. Cada um deles faz por desejar ou fingir desejar a salvação própria, mas, acima de tudo, teme a salvação do outro. O silêncio é o que lhes resta, o que os une, uma finíssima película de tempo suspenso, para além da qual não há mais do que a escuridão dos abismos. E, por isso, nenhum deles ousa qualquer palavra, qualquer gesto, qualquer coisa que possa romper esse ténue fio que os prende a eternidade.

É uma historia triste e sem fim a vista.

Conto-a porque me parece que ela encerra uma lição útil: nunca devemos amar em silêncio. Um amor feliz precisa do turbilhão das palavras, das frases aparentemente inúteis e sem sentido, precisa de adjectivos, de elogios, do ruído das banalidades. Não há felicidade que não seja tantas vezes fútil, tantas vezes inútil."

(M.S.T.)

terça-feira, 27 de novembro de 2007

What will you get into?


So, when the fight is over
and the storm is through
will you pick another?
what will you get into? (...)


Kiss me, oh kiss me - David Fonseca

Há coisas que não têm graça.

Há coisas que não têm graça. Esta é uma delas. Mas por mais que me esforce não resisto ao sorriso. Percorri quase todo o Mozambique e não parei de sorrir e dizer adeus a desconhecidos. Senti-me bem ao fazê-lo. Vi de perto a tão proclamada probreza absoluta. E mete medo. Muito, para não dizer pânico, de como é possível viver assim. Por aqui é tudo muito igual. Fiz centenas de quilómetros. E achei tudo muito igual. E vi correrias, de quem não esperava que tivesse força sequer para falar. Mas tem, e fala e corre para ver os poucos carros que passam. E sorri como se tudo o que tivesse para dar fosse um sorriso. E é. Percebi o quanto há a fazer e o quanto não se faz. E mete medo. Muito. Há coisas que não têm graça. Mas valem o sorriso.

Pim Pam Pum!!!




domingo, 25 de novembro de 2007

Vantagens...


"A vantagem de ter péssima memória é divertir-se muitas vezes com as mesmas coisas boas como se fosse a primeira vez."

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Not brave enought...

All was written
All was done
All was love
Love is gone
I tried, I did, I've torn myself to shreds
I'm used to it, but how much can I still bare?
So I just... Run away, run away, I'm not brave enough
Walk away, walk away, I slap my own face and I...
Turn away, Turn away turn, like a coward I smile and I...
Run away, run away, from you
All the questions
All the lies
All was loved
Eyes that cry
I feel so beat, I wish you could see without explanations
Would you believe that all this of this was a mistake?

Road trip thought Mozambique...

Gorongosa

Beira

Vilankulos / Bazaruto

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Do que tu gostas mais de mim é dos meus pecados.

“É tão bom sentir o que sinto. Que alguém, e és tu, me quer com o maior cuidado para não se enganar, iludir, mentir a si próprio que não me está a confundir, sem querer, com o que desejava ver, sempre esperou alcançar, sonhou quando era criança num sonho que ficou, quer mostrar aos outros, ao pai em especial, a quem quer que seja, pouco importa. Não, do que tu gostas mais em mim é dos meus pecados, dos meus defeitos físicos, de tudo o que não consigo ser, onde falhei, onde não pára nunca de doer, é isso o que tu queres ver, o que queres ter perto de ti, queres aceitar e cuidar, só isso, e o resto, só se vier com isso, porque é isso que tu amas em mim. Será isso? Será assim? Será possível pela primeira vez? Pode ser, talvez seja disso feito o nosso amor. Pelo menos grande parte, meu querido.”

Muito meu Amor, de Pedro Paixão

Há dias...

Há dias, sabes, em que gostava de ser como o gato e que me tocasses sem desejar encontrar quaisquer sentimentos a não ser o que se exprime num espreguiçar muito lento - um vago agradecimento? - e que depois me deixasses deitado no sofá sem que nada pudesses levar da minha alma, pois nem saberias o que dela roubar...


(Assinar a pele - Pedro Paixao )

Constatação...


África

não

é

para

turistas.

É

para

Viajantes.

Instantâneos...





quarta-feira, 21 de novembro de 2007

3800 Km... Assim...






I sleep better...


I'm okay with being unimpressive. I sleep better.

É sempre até...

“Nunca é agora entre nós, é sempre até domingo, até sexta, até terça, até ao próximo mês, até para o ano, mas evitamos cuidadosamente enfrentar-nos, temos medo uns dos outros, medo do que sentimos uns pelos outros, medo de dizer: Gosto de ti.”

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Carta ao Pai Natal


Olá Pai Natal
É a primeira vez que escrevo para ti
Venho de Lisboa e o pessoal chama-me AC
Desculpa o atrevimento mas tenho alguns pedidos
Espero que não fiquem nalguma prateleira esquecidos
Como nunca te pedi nada
Peço tudo duma vez e fica a conversa despachada
Talvez aches os pedidos meio extravagantes
Queria que pusesses juízo na cabeça destes governantes
Tira-lhes as armas e a vontade da guerra
É que se não acabamos a pedir-te uma nova Terra
Ao sem-abrigo indigente, dá-lhe uma vida decente
E arranja-lhe trabalho em vez de mais uma sopa quente
E ao pobre coitado, e ao desempregado
Arranja-lhe um emprego em que ele não se sinta explorado
E ao soldado, manda-o de volta para junto da mulher
Acredita que é isso que ele quer
Vai ver África de perto, não vejas pelos jornais
Dá de comer ás crianças ergue escolas e hospitais
Cura as doenças e distribui vacinas
Dá carrinhos aos meninos e bonecas ás meninas
E dá-lhes paz e alegria
Ao idoso sozinho em casa, arranja-lhe boa companhia
Já sei que só ofereces aos meninos bem comportados
Mas alguns portam-se mal e dás condomínios fechados
Jactos privados, carros topo de gama importados
Grandes ordenados, apagas pecados a culpados
Desculpa o pouco entusiasmo, não me leves a mal
Não percebo como é que isto se tornou um feriado comercial
Parece que é desculpa para um ano de costas voltadas
E a única coisa que interessa é se as prendas tão compradas
E quando passa o Natal, dás á sola?
Há quem diga que tu não existes, quem te inventou foi a Coca-Cola
Não te preocupes, que eu não digo a ninguém
Se és Pai Natal é porque és pai de alguém
Para mim Natal é a qualquer hora, basta querer
Gosto de dar e não preciso de pretextos para oferecer
E já agora para acabar, sem querer abusar
Dá-nos Paz e Amor e nem é preciso embrulhar
Muita Felicidade, saúde acima de tudo
Se puderes dá-nos boas notas com pouco estudo
Desculpa o incómodo e continua com as tuas prendas
Feliz Natal para ti e já agora baixa as rendas...


Boss AC, "Carta Ao Pai Natal"

terça-feira, 13 de novembro de 2007

O caminho da vida.


"Assim como todas as portas são diferentes, aparentemente todos os caminhos são diferentes, mas vão dar todos no mesmo lugar. O caminho do fogo é a água, assim como o caminho do barco é o porto. O caminho do sangue é o chicote assim como o caminho do recto é o torto. O caminho do risco é o sucesso assim como o caminho do acaso é a sorte. O caminho da dor é o amigo. O caminho da vida é a morte"


(Paulo Coelho)

Road trip thought Mozambique...


Durante uns dias não vai haver posts.Road trip trought Mozambique.Fotos. Mais Fotos. Histórias.Mais histórias.
Ora então vai ser assim:
Maputo.Stop.Inhambane.Stop.Vilanculos.Stop.Bazaruto.Stop.Vilanculos.Stop.Chimoio.Stop.Gorongosa.Stop.Quelimane.Stop.Cuamba.Stop.Nampula.Stop.Nacala.Stop.Ilha de Moçambique.Stop.Nacala.Stop.Pemba.Stop.
Consoante o tempo também poderá haver:
Tanzania,Tanzania...Zamzibar e Serengueti...O Kilimanjaro fica para depois...Para quando for o Kenya...
Até Já... Há coisas fantáticas não há?

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

No words.





terça-feira, 6 de novembro de 2007

As minhas baratas tartaruga...


Sempre ouvi dizer, que caso houvesse um ataque nuclear, a única espécie que conseguiria sobreviver, seriam as baratas. Não sei se é um boato. Ou realidade. Mas começo a ter as minhas próprias conclusões. Desde a minha juventude, que duvidei das Tartarugas Ninja, nunca caí naquela história de tartaruguinhas que caem no esgoto e depois passam por material radioactivo e ficam com super poderes e são criadas por uma ratazana gigante. E gostam de pizza. Não sei porque, não me parece real. Sei lá. Cheira-me a treta. Isto até ao dia em que me cruzei com baratas tartaruga gigantes. Na minha casa. Descendentes de Chernobyl. Ou Nagazaki. Hiroshima de certeza. Passeiam-se livremente com as suas carapaças e antenas gigantes. Eu com medo dos ensinamentos que possam ter recebido de uma possível mestre de Kung Fu ratazana, no fundo do meu esgoto, tenho medo delas. Sou medricas portanto. Ou prudente. Que eu bem vi as coças que o Destruidor levava. Safa. São 6 patas e duas antenas a atacar uma pessoa só. Safa. Que não me apetece levar nas fuças de um insecto. Tenho de arranjar uma solução, que não passe por confronto físico. Ponto final.

Speaches III


"- Did you know. . . I hardly remembered you.

- Hardly remembered?

- I mean. . . I mean it's always the same. Each time I see you. You happen to me allover again."


(The age of innocence)

O medo.


Todos nós sabemos o que é ter medo. Todos nós temos ambições e sofremos desilusões. Todos vivemos de preocupações que se vão sucedendo. Todos sabemos que a vida não se repete e que para todos, todos os que estamos ali naquele preciso momento, por exemplo, mais tarde ou mais cedo - aquilo que nós chamamos Vida, sem saber bem o que dizemos - vai acabar.


Pedro Paixão

Os homens são uns parvos.

Os homens são uns parvos. Não se conseguem entregar por completo ao amor. Têm sempre o trabalho ou outra desculpa do género. Preocupam-se com o que não estão a fazer. Para eles o amor pode ser um inimigo. Um inimigo há muito derrotado, mas do qual ainda têm medo.As mulheres são diferentes. Para elas o amor nunca é demais, não atrapalha. É que não conseguem viver com uma alma só para elas. Por isso, entre um homem e uma mulher, há muitas vezes só uma coisa parecida com o amor. Entre duas mulheres, pode acontecer o amor inteiro. Basta ver duas mulheres olharem-se nos olhos.


Pedro Paixão.

Olhó passarinho...





sábado, 3 de novembro de 2007

Mistérios...

Não sei que o se passa. São onze da manhã e a magnífica Polícia da República de Moçambique já me mandou parar três vezes...
Ando desconfiado que deve ter alguma coisa a ver com o meu ar barbaças de Bin Laden Júnior, devo estar com ar de terrorista perigoso, afinal, um mês sem cortar a barba, deixa qualquer um com um aspecto de campo de treinos da Al Qaeda. Desconfio.
Sempre que fui mandado parar esta semana, foi por uma polícia, o que me levou a pensar que afinal o look islamita, até me pode ficar bem e causar grande moda aqui em Africa.
Mas, senhoras polícias tirem o cavalinho da chuva, não tenho qualquer tipo de fantasia com mulheres fardadas e muito menos com polícias e algemas. Continuo fiel a professorinha safada. Ou então a secretária traquina. E num caso extremo, admito também a namorada perfeita. Nada de Policia malvada, ok?
Também já pensei que talvez andem a procura do pequenito Saúl ( do bacalhau Keralho, que é o melhor tempero ), que desapareceu ainda era um jovem imberbe e com voz rouca e em transformação e nunca mais foi visto desde então ( ganha por larga vantagem a Maddie, e nunca ninguém fez alarido á procura do moço…). Afinal e perante isto todos os outros cantores que desaparecem por temporadas, voltam a aparecer. Mais tarde ou mais cedo. A Adelaide Ferreira. O José Cid. A Tonicha. O Paco Bandeira. Menos tu Saúl. E aquela pequenita que tinha visto um sapo com um guardanapo, que estava a papar um bom jantar. Essa também nunca mais a vi. Mas adiante. Não sei o que se passa.Vou cortar a barba e ver o que acontece.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Instante...


quinta-feira, 1 de novembro de 2007


Músicas que eu sou!

Being alone I've been alone So gone so long that I got tired of it There's something wrong I can't recall the last The first time that I felt happy So you come up with this song To sing along and make us all pretty My love will never let me go So I'll just get back on the world today I'll find a meaning and a way to feel Brighter than the sun Another pill tells me I'm strong So strong so wrong to still believe in it Whatever I need I need to believe My faith is weak and gets me even more sick So you come up with this song To fool your heart and blind it till you can't see How long have you been this gone So I'll just grab some words to say Without a meaning Just a way of forgetting that I'm all alone Like a new year's eve party Where I am obliged to be happy May the new year come with a song An empty happy song To make my life so right for me So you come up With this song to shout and force yourself to believe Though we all know you're not that strong Tired of so much pain Of living in this cloud of rain I need something to go on I've ran out of anesthetics I'm becoming so pathetic If you got nothing to hang on You're not alone Live die cry tonight Let tears fall down your face and laugh Don't waste your last words on sorrow Live like there is no tomorrow And may we all be one In this song An empty happy song To keep us smiling instantly Become what we would like to be Indulge ourselves to believe And though we'll never ever be We'll pretend that we all can be Free

Lembro-me bem.


Lembro-me bem do dia em que vacilaste. Lembro-me bem.
Lembro-me sempre. Sei a noite e as estrelas de cor.
Sei também o dia em vacilei. Lembro-me bem.
Sei os cheiros e sítios de cor.
Sempre recordo os dias em não vacilaste.
Mas lembro-me bem, do quão perto.
Lembro-me bem do coração acelerado.
Das pernas bambas. Da voz fraquinha.
Que teimava em fugir.
Dos sítios e das palavras.
Das coisas que mereci. E que tive, sem ás vezes merecer.
Mil palavras, que deveriam ter sido trocadas.
E lembro-me bem olhar cúmplice.
Do anjo maroto. E tanto mais.
Lembro-me bem do dia em que vacilaste. Lembro-me bem.
Lembro-me sempre. Sei a noite e as estrelas de cor.
Sei também o dia em vacilei. Lembro-me bem.