quinta-feira, 31 de julho de 2008

Amar será *

...partilhar mesmo que a outra pessoa só oiça metade da frase, entender as músicas melodramáticas que passam na rádio, entrar em depressão se a pessoa vai passar o fim de semana fora, deixar que nos paguem tudo e mais alguma coisa porque isto vem ligado à partilha (partilhar pró outro lado é bom ), apanhar grandes secas enquanto escolhem os ténis brancos com riscas pretas ou pretos com riscas brancas, achar piada à pronúncia de dossié vs. dossiê (dossier é que não!), ter vontade de fazer coisas românticas como atirar-se de um penhasco a gritar qualquer coisa do género ADRIAAANOOOOOOO, comprar uma guitarra eléctrica pra fazer músicas sem saber ler nem escrever, beber 7 cafés por dia só pra ver se pessoa já chegou ao bar, fugir semanas inteiras só pra depois parecer que estiveram taaaanto teeeempo loooonge, cortar o cabelo e tirar fotos com o telemóvel com a sms "gostas do meu novo look?", trocar músicas na net e dizer "gosto taaaanto dos teus gostos", utilizar indiscriminadamente a pseudo-palavra "Adr-t", dizer bocanices (vulgo parvoíces) a torto e a direito porque a pessoa gostará de nós como somos, entre tantas outras coisas... E não vamos lá falar de tatuagens.
Enfim, amar é ser idiota só porque se quer e parvo mesmo só porque se gosta.

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* ou não.
Roubado daqui e sem direito a comissão...

Friável diamante.

Se o ciúme nasce do intenso amor, quem não sente ciúmes pela amada não é amante, ou ama de coração ligeiro, de modo que se sabe de amantes os quais, temendo que o seu amor se atenue, o alimentam procurando a todo o custo razões de ciúme.Portanto o ciumento (que porém quer ou queria a amada casta e fiel) não quer nem pode pensá-la senão como digna de ciúme, e portanto culpada de traição, atiçando assim no sofrimento presente o prazer do amor ausente. Até porque pensar em nós que possuímos a amada longe - bem sabendo que não é verdade - não nos pode tornar tão vico o pensamento dela, do seu calor, dos seus rubores, do seu perfume, como o pensar que desses mesmos dons esteja afinal a gozar um Outro: enquanto da nossa ausência estamos seguros, da presença daquele inimigo estamos, se não certos, pelo menos não necessariamente inseguros.O contacto amoroso, que o ciumento imagina, é o único modo em que pode representar-se com verosimilhança um conúbio de outrem que, se não indubitável, é pelo menos possível, enquanto o seu próprio é impossível.Assim o ciumento não é capaz, nem tem vontade, de imaginar o oposto do que teme, aliás só pode obter o prazer ampliando a sua própria dor, e sofrer pelo ampliado prazer de que se sabe excluído. Os prazeres do amor são males que se fazem desejar, onde coincidem a doçura e o martírio, e o amor é involuntária insânia, paraíso infernal e inferno celeste - em resumo, concórdia de ambicionados contrários, riso doloroso e friável diamante.

Umberto Eco

sexta-feira, 25 de julho de 2008

My way.










A evitar...

Não paramos de nos divertir por ficarmos velhos.
Envelhecemos porque deixamos de nos divertir.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Ships.







A passagem.


Recordações.







Dá que pensar. E doi.


sábado, 5 de julho de 2008

Fotografias.

Às vezes passa uma rapariga na vida que nunca mais deixa de passar, que nos interrompe e condena e encanta, sem saber o mal e o bem que nos faz e que nos fica na alma como aquelas pessoas que passam no momento em que se tira uma fotografia e passam a ser a pessoa que se fotografou (...).

Miguel Esteves Cardoso

E pronto...


"E começo a sentir saudades dela e dá-me para me lembrar do seu riso. E pronto, encalhei aqui e não me apetece que me venham salvar. "


Domingos Amaral

I say it best...

...when I say nothing at all...

Post Secret.