sábado, 1 de março de 2008

Saudades.

(...) E assim era. O tempo passou, mas as saudades não. As saudades em Portugal continuam na mesma há tempo demais. Pode até mudar-se tudo, mas chegados às saudades percebemos que está tudo na mesma. E porquê? Porque em Portugal não há uma norma que regule o período do tempo a partir do qual, poderemos ter saudades legalmente. E o resultado está à vista de todos. Os portugueses são o único povo no mundo que sente saudades de ontem, que sente saudades até do que terá acontecido de manhã cedo, que sente saudades de há 5 minutos atrás. E por isso, ao ligarmos a televisão, é fácil percebermos que os programas exploram isso. E isto, não vê a A.S.A.E. e devia ver – não os programas é certo – mas os infractores deste lei que deveria existir. E ao mínimo sinal de saudosismo gratuito e não justificado com uns bons meses de distância, aplicava-se a lei e são 120 euros se faz favor. “ Ai que gosto de ti e estou cheio de saudades tuas, Catarina!” e interceptado o telefonema por um qualquer agente da autoridade, ouvia-se uma voz grave que lhe diria “ ouça lá jovem cidadão, temos aqui informações que esse “cheio de saudades” que agora utilizou, é referente à partida desta jovem há cerca de duas horas atrás.Acha isso bem? Tem por isso o direito de estar calado e vamos embora à minha frente cantando e rindo.(...)
Fernando Alvim em Espero bem que não.

2 comentários:

Dejando huella disse...

Ai que gosto dele e tenho saudades. Mas tambem tenho saudades de Maputo!

Clepsydra disse...

Quando vi http://www.ma-blog.net/, pensei que te poderia interessar...

Beijo