segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Gostar.

' Gostar é maravilhoso. Começa aqui e ali, sem nunca acabar ou querer ir mais longe. Amar, respeitar e admirar, é tudo muito bonito. Mas gostar, gostar, achar muita graça, ter prazer, não sendo tão arrebatador ou espectacular, por ser tão simples e natural, é o sentimento mais agradável e puro e divertido e bem-disposto que há. Eu gosto... '
*MEC

Seightseeing VI




Sei pouco sobre as mulheres e cada vez sei menos.

Nem sei - ou quando sei já é tarde de mais - se gostam de mim e se isso acontece, não chego a saber o que possa querer dizer. Há muitas maneiras de gostar, é verdade: Quando se gosta de um casaco é ele que o trazemos mais vezes. Com as mulheres é diferente. O que importa, acho eu, não é nem o que elas dizem nem o que elas fazem mas o que elas não dizem e pensam fazer. É preciso adivinhar e eu sou muito mau a adivinhar. Depois, quando as coisas acabam e olhamos para trás, não ficamos mais elucidados. Sabemos contar aos amigos uma história que tem princípio, meio e fim mas que bem podia ter sido outra. Uma pessoa é um mistério, duas, com um abismo pelo meio, uma prodigiosa contradição.

[Pedro Paixão in Viver todos os dias cansa]

Seightseeing V





sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Um dia.

Um dia pegas-me na mão e levas-me. Levas-me para lugar nenhum, levas-me sem destino. Levas-me contigo, só, sem mais nada. Um dia deixamos tudo e fugimos juntos.
Um dia andamos, andamos, andamos por aí. E rimo-nos. Como se nada mais existisse além de nós e da nossa presença. Um dia perdemos a timidez e dançamos no meio da rua, descalços e sem música. Dançamos ao nosso som; eu fecho os olhos e tu conduzes-me. E fazes-me rodopiar, em bicos de pés, para te acompanhar. E agarras-me.
Um dia devoro-te as palavras. Um dia interrompo-te, para te dizer que gosto de ti. Noutro dia deixo-te falar e presto a máxima atenção; um dia vais para falar e eu calo-te com um beijo; noutro dia confundo-te com um a meio de uma frase. Um dia deixo-te sem saberes o que dizer. Pelo lado bom.
Um dia ficamos à chuva, no jardim, parados, a sentir as gotas. Outro dia ficamos à sombra a refrescar do sol quente. Um dia o mar será só nosso. E o céu. Um dia mergulhamos no mar de noite e voamos de dia. Um dia enrolamo-nos com a areia nas ondas da praia ao sabor do vento, do sol e do sal.
Um dia abraças-me e não largas. Um dia ficas comigo depois da hora de ir embora, e não vais. Um dia hás-de não ir embora, e ficar. Um dia as nossas chaves entrarão na mesma fechadura. E aí o que é teu será teu, o que é meu será meu, mas o que é nosso será junto.
Um dia hás-de cumprir tudo o que prometeste: todos os locais e os momentos e o tempo e os beijos e a vida. Um dia serás como sempre quiseste ser. Um dia dirás tudo o que deixaste por dizer. O que dizes não será só o que dizes, mas será o que fazes. E eu continuarei a ser tua, como sempre disseste.
Pedido com delicadeza aqui...

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Nowadays.


Nowadays - the period of time that is happening now; any continuous stretch of time including the moment of speech; "that is enough for the present"; "he lives in the present with no thought of tomorrow".

" Al gore sou eu e tu, Al gore sou eu e tu, vamos salvar a terra o nosso pelaneta, o pelaneta azule "




Orgulho. ( Replay )


Parabéns...
É muito graças a ti, que sou o que sou!
E gosto.
Deste-me, dás-me e continuarás a dar-me.
O equilibrio que tanta falta me faz.
E o orgulho de ser teu filho é enorme.
E adoro, quando me dizem que sou parecido contigo.
E eu sei que sou.
Sinto-o.
Nos gestos e nas palavras que poupo a conversar contigo.
Porque tu sabes.
E sentes.
Coisas de mãe.
De Mãezinha.
Que me fazem sentir especial.
Só eu sei o que sinto.
O que me custa despedir-me de ti.
E controlar a lágrimas quando fujo para aqui.
Só para não ver as tuas também.
Que controlas, só para não me preocupares.
Mas sabes.
Eu sou parecido contigo.
E sei o que se passa.
Porque eu também sei.
E também sinto.
Coisas de filho.
De Filhinho...
Parabéns.

Cativar / Esperar

" Ensinaram-me um verbo cuja beleza demora a compreender: cativar. Não é aprisionar, reter ou enredar. É andar, passo ante passo, cada um mais bem pensado e sentido que o anterior, para conseguir que uma coisa ou alguém se propricie a virar para o que somos, queremos, onde estamos e precisamos de ir.Pois a verdadeira esperança consiste em cativar, calmanente, o destino. Não é forçá-lo.Se o destino nos dá um encontro, se nos apresenta a possibilidade de um amor, por uma pessoa ou obra, que nos move e nos faz desejar chegar a ela, é preciso continuá-lo, devagarinho, pela nossa própria acção.
Mas temos de ser calculistas também. É uma prova de respeito.Como é fácil fazer fugir quem se quer cativar, afugentando-o com demonstrações demasiados sinceras e completas do que se sente - é dificil o trabalho do encantamento, que precisa de ser medido e pensado, sem medo de se estar a ser sincero, frio ou calculista. Infelizmente temos o culto da supresa e da espontaniedade, que nos leva à preguiça de desabafar de repente. Desejamos as emoções por cima das pessoas e das coisas, sem pensarmos duas vezes: "Eu amo-te!", "Este é o meu sonho!". Fazemo-lo sem esforço, como se amar fosse, por si só, suficiente: tipo "Não vês que te amo! Porque é que és tao parvo e insistes em nao amar-me?" Esquecendo-se que há sempre alguém que ama primeiro..."

Miguel Esteves Cardoso

Seightseeing IV




terça-feira, 23 de setembro de 2008

Neste momento:

There are 6,470,818,671 people in the world. Some are running scared. Some are coming home. Some tell lies to make it through the day. Others are just now facing the truth. Some are evil men, at war with good. And some are good, struggling with evil. Six billion people in the world. Six billion souls. And sometimes, all you need is one.

Dos abraços.


O verdadeiro abraço não é envolver num sentido de posse, de demonstração demasiado pura de que queremos aquela pessoa para sempre. Esse é egoista. Prende. Sufoca. O abraço a valer tem qualquer coisa de protecção e carinho. E muito sentimento. Sentimento de entrega a uma causa. Á causa de quem abraçamos. É como dizer: estou aqui a proteger-te do mundo. Esses, são abraços que sossegam, envolvem.. quase falam.
' .. quando duas almas gémeas se abraçam, sente-se o alivio imenso de não ter de viver. O abraço parece o fim. E é a paz inteira: nenhum outro gesto, nenhuma outra palavra é precisa para a completar. ..'


M.E.C

sábado, 20 de setembro de 2008

Tanto faz...


" Começamos sempre sem querer e depois falta-nos a coragem para acabar. Com o escrever, quero dizer. Porque uma palavra pede outra palavra, uma frase outra frase, um mal-entendido um mal-entendido ainda maior. (...) Começamos e depois já não sabemos parar ou não podemos ou não queremos, tanto faz. "
Pedro Paixão

Speechless...


Do you?

O que amas em mim?
O que amo, ou o que gosto? Sim, porque é diferente.
Eu amo o que és. Como te ris, como te mexes. Isso faz-me amar-te. Gostar é o que me faz estar contigo.
Então, o que gostas em mim?
Estares aqui, sem quereres mudar nada do que sou...

Scenes of a sexual nature - The movie

Sossegos.

Gosto de sossegar como verbo transitivo. Sossegar só por si não chega. É mais bonito sossegar alguém. Quando se pede "sossega o meu coração" e se consegue sossegar. Quando se sai, quando se faz um esforço para sossegar alguém. E não é adormecendo ou tranquilizando, em jeito de médico a dar um sedativo, que se sossega uma pessoa.É enchendo-lhe a alma de amor, confiança, alegria, esperança e tudo o mais que é o presente a tornar-se de repente futuro. É o futuro que sossega. "Amanhã vamos passear" sossega mais que "Não te preocupes" ou "Deixa lá, que eu trato disso".
Sossegar não é dormir. É viver.Uma pessoa sossegada é capaz de deitar abaixo uma floresta. O sossego não é um descanso - é uma força. Não é estar isolado e longe, deixado em paz - é estar determinado no meio do turbilhão da vida. Sossegar é saber com que se conta, desde o azul do céu aos irmãos. O coração sossega em quem se conhece. Não há falinhas mansas que tragam o sossego dos gritos de uma pessoa com quem se pode contar. É um alívio.

Miguel Esteves Cardoso

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Off.


Aqui muitas vezes sinto que estou desligado do mundo: a chamada que não toca, a mensagem que não apita, o e-mail que não aparece, as palavras que não são ditas. E que me fazem tanta falta.

Yesterday.


quarta-feira, 17 de setembro de 2008

...


"(...) As coisas não correm como eu queria. Não acontece o que eu esperava. É-me difícil ter mão no que vou sendo. Cresço e vivo e morro a todo o instante. Mas hoje não me revolto. Quando era novo, lembro-me, era uma constante luta com sucessivos desesperos. Hoje o tempo passa por mim com uma tranquilidade constante. Vencido, libertei-me. (...) Precipitadamente acontecem coisas que a todo momento nos alteram, modificando o mundo, matando o eu anterior para que possa ressuscitar o mesmo eu posterior, só que ligeiramente diferentes, ou então muito diferente. Como me reconhecer a mim mesmo?"
Quase Gosto da Vida Que Tenho - Pedro Paixão

terça-feira, 16 de setembro de 2008

domingo, 14 de setembro de 2008

And I wonder? II

"Nascemos todos com vontade de amar. Ser amado é secundário. Prejudica o amor que muitas vezes o antecede. Um amor não pode pertencer a duas pessoas, por muito que o queiramos. Cada um tem o amor que tem, fora dele. É esse afastamento que nos magoa, que nos põe doidos, sempre à procura do eco que não vem. Os que vêm são bem-vindos, às vezes, mas não são os que queremos. Quando somos honestos, ou estamos apaixonados, é apenas um que se pretende.Tenho a certeza que não se pode ter o que se ama. Ser amado não corresponde jamais ao amor que temos, porque não nos pertence. Por isso escrevemos romances - porque ninguém acredita neles, excepto quem os escreve.Viver é outra coisa. Amar e ser amado distrai-nos irremediavelmente. O amor apouca-se e perde-se quando quando se dá aos dias e às pessoas. Traduz-se e deixa ser o que é. Só na solidão permanece..."

M.E.C.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

The way things will be.


Seightseeing III




Discursos...

"-Lembras-te daquele nosso beijo?
-De qual? Daquele que nunca demos?
-Sim...
-Não, mas não me vou esquecer dele."

To you.


It's not about mistakes, it's about choices. And I've chosen to make a mistake!